Novas denúncias de intimidação política em Angola
O
padre Casimiro Congo, uma figura emblemática de Cabinda e opositor ao
regime de Luanda, diz que forças de segurança cercaram a sua casa. UNITA
está preocupada com crescimento de atos de intolerância política no
Huambo.
Patrulha policial em Cabinda (janeiro de 2009)
Em Cabinda, o padre Casimiro Congo, afastado em 2011
do exercício clerical da Igreja Católica, queixa-se de estar a ser
perseguido pelos serviços secretos e pelo comando provincial da Polícia
Nacional.
À DW África, Casimiro Congo denunciou que, este
domingo (10.08), por volta das quatro horas da manhã, a sua casa esteve
cercada por cerca de 45 militares fortemente armados, sob a direção do
comandante da polícia local, Cristo Liberal, e
do responsável local dos serviços secretos. As forças de segurança
terão intimidado as pessoas que entravam e saíam da sua residência.
Um
grupo de oração tem-se reunido todas as manhãs em casa do padre Congo,
depois das autoridades terem fechado no mês passado uma Igreja ligada a
si, denominada "Igreja Católica das Américas".
Novas denúncias de intimidação política em Angola
"Aqui
em Cabinda, o que não está sob a cobertura do Governo, habitualmente,
não consegue subsistir. Há pessoas que, cá em Cabinda, constituem um
problema para o Governo. Eu sou uma delas", afirma o padre Casimiro
Congo. "Não sei por que razão
o regime angolano não compreende que não é hostilizando as pessoas que
se resolve o problema de Cabinda."
"Não sou delinquente"
Para
proteger a sua integridade física e a da sua família, nas primeiras
horas desta segunda-feira, o padre Congo deslocou-se à
Procuradoria-Geral da República em Cabinda para dar conhecimento da
ocorrência.
Casimiro
Congo anunciou que vai intentar uma ação judicial contra os
responsáveis da polícia e dos serviços de inteligência: "Eles não me
podem tratar como um delinquente, porque eu não sou delinquente", diz.
Todos os esforços efetuados para ouvir o comando provincial de Cabinda da Polícia Nacional não foram bem sucedidos.
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