Na meada de um engraxador
O mercado é pomposo, tem caros adornos.
Um engraxador a vagar inocente Com o Sonho na esperança Em calçados alheios capricha num brilho Que a ele a vida tão cedo tolheu. Em batuque de samba o vai-e-vem do pano Retracta a gangorra que sua vida é. Balanço que embala a triste incerteza Se um dia, o que lustra, terá em seu pé. E o moço exibe seu telemóvel do último grito Que comprou no Dubai o pobre engraxador, comparando a sorte. De tantos não-feitos restaram os efeitos Mas dor de consciência no bronze não dói. Dinocalei-04-11-2013 |
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