Angola e RDC debatem crise migratória Lusa


Os governos de Angola e da República Democrática do Congo (RD Congo) vão reunir-se em 20 de novembro, em Luanda, no âmbito da comissão mista para discutir problemas comuns, incluindo as disputas fronteiriças e as reivindicações petrolíferas de Kinshasa.

O anúncio do encontro de Luanda foi feito pelo embaixador angolano em Kinshasa, Emílio Guerra, em declarações reproduzidas pela imprensa angolana a partir de uma entrevista coletiva realizada na última quinta-feira na capital da RD Congo.

Emílio Guerra informou que o encontro de Luanda vai ter em cima da mesa “todas as questões da cooperação bilateral”, com destaque para as divergências relacionadas com a fronteira e as reivindicações petrolíferas da RD Congo, que defende a existência de plataformas de exploração de petróleo angolanas em águas territoriais congolesas.

Sobre a recente crise migratória entre os dois países, que culminou com um acordo entre Luanda e Kinshasa, em outubro, para acabar com as expulsões e repatriamentos mútuos, o embaixador considerou que não pôs em causa as boas relações entre os dois países.

Entre 6 e 13 de outubro, a RD Congo expulsou mais de 50 mil angolanos do seu território, gerando a mais grave crise humanitária em Angola após o final da guerra, em 2002, como, defende Luanda, retaliação pelos mais de 100 mil congoleses que Angola repatriou a partir das suas províncias das Lundas Norte e Sul onde, supostamente, se dedicavam ao garimpo ilegal de diamantes.

Emílio Guerra endossou as palavras do ministro angolano das Relações Exteriores, Assunção dos Anjos, que defende que Angola não vai aceitar a permanência de ilegais nas Lundas, justificando com a importância estratégica que as regiões diamantíferas têm para a economia do país.

Durante a crise, Luanda defendeu sempre os mecanismos de reciprocidade internacionalmente estabelecidos, frisando que os repatriados de Angola para o Congo são “ilegais” e que os angolanos expulsos da RD Congo são, na maioria, refugiados de guerra com estatuto legal reconhecido.

“Nenhum país, realmente organizado, pode tolerar que um cidadão, de qualquer origem, entre ilegalmente no seu país. Pior, no seu espaço estratégico, começando, nele, a extrair as suas matérias-primas, e dedicar-se à contrafacção da moeda, venda de drogas, assaltos a mão armada, falsificação de documentos e prostituição desenfreada”, avisou Emílio Guerra.

13 Nov 2009
Fonte:Lusa [Comentar]

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