Angola: Jornalistas contestam Comité de Especialidade do MPLA

Mais de 100 jornalistas dos vários órgãos privados e públicos das províncias do Namibe, Cunene e Huíla contribuíram para o enriquecimento do pacote legislativo da comunicação social.

Os debates decorreram na Sala Nobre da Administração Municipal do Namibe conduzidos pelo vice-ministro da Comunicação Social, Miguel de Carvalho “Wadjimbi”.

O projecto de decreto sobre o Estatuto do Jornalista, capítulo 1, artigo 3, sobre o acesso à profissão de Jornalismo que pede como habilitações literárias o curso médio de jornalismo ou superior e numa altura em que as escolas de jornalismo estão confinadas em Luanda, foi um dos temas mais candentes que suscitou discussão. O jornalista, editor chefe da RNA no Namibe, Esmael Pena, considera herói os jornalistas da província que apesar de enfrentarem dificuldades sociais e a ausência de escolas de jornalismo na província, têm sabido corresponder com profissionalismo às exigência que se colocam no mundo da comunicação social.

«Somos heróis porque nos momentos difíceis quando os outros estavam a se formar, nós asseguramos isto com elevado dever e sentido profissionalismo, por isso, não podemos aceitar que sejamos tratados de qualquer forma. O CEFOJOR deve-se instalar também nas províncias e não apenas em Luanda.»

Ainda no domínio do projecto de decreto sobre o estatuto do jornalista, foi levantada a questão dos Comités de Especialidade de Jornalistas do MPLA. Para os profissionais, é tempo de se rever a questão, pois a existência de jornalistas do MPLA, empresários do MPLA, médicos do MPLA e outros, desvirtua o verdadeiro sentido do próprio partido no Poder que tem como princípio unir, sob o lema um só povo, uma só nação. Rosy da Conceição, jornalista ao serviço da Rádio 2000, no Lubango, é uma das vozes discordantes da existência dos comités de especialidade de jornalistas do MPLA.

«O debate foi muito bom, gostei. Eu sou apartidária, acho que em Angola não podem existir jornalistas do MPLA, médicos do MPLA, isto é grave», disse.

Sugeriram ao Ministério da Comunicação Social a necessidade de se aprofundar a questão das categorias profissionais, relativamente ao artigo 5 que consideram pobre.

No concernente ao artigo 9 do projecto sobre Estatuto do Jornalista, sobre as fontes, foram igualmente reflectidas as prisões arbitrárias aos jornalistas no exercício das suas funções e apreensão do material, factos propensos nas províncias do Namibe e Huíla.

O Cefojor - Centro de Formação de Jornalistas - deve se instalar pelo menos em três eixos principais, sendo norte, centro e sul para a formação em jornalismo dos jovens vocacionados à profissão.

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